sábado, 11 de agosto de 2007


Eu adoro aniversários, e como diria um amigo, sobretudo quando é o meu!

O deste ano tá dando até medo de tão especial que foi, apesar de não ter acordado com o telefonema de vovó Diva, dizendo "ói ela" , como todos os outros anos, recebi muitos e muitos telefonemas da minha família e amigos!

Mas vamos ao que interessa: estou eu às 11h30 da manhã tentando pôr ordem na casa quando recebo um telefonema inusitado, Marco Aurélio cantando parabéns...com direito a "com quem será...", tia Marlise desejando felicidades e meu tio Agostinho com aquela conversa boa de ouvir. Ele não deve estar sabendo, mas me deu um presente que não tem preço, não é tácito e vai vir comigo pro resto da vida! O melhor presente do dia...

Meu Deus o homem demora
Mas um dia ele aprende
Que não precisa de dinheiro
Para dar um bom presente
Basta abrir o coração
Para deixar alguém contente

Veja bem essa história
Que o meu tio me contou
Nem de longe ele sabe
O quanto me emocionou
É nessas horas que vejo
O quanto abençoada sou

Interior do Maranhão
Em Pindaré Mirim
Começou uma amizade
Que não ia mais ter fim
Lá que conheci teu pai
ele disse para mim

Murilo queria comprar
Uma casa pra sua avó
Uma casa muito bonita
Na cidade de Maceió
Queria financiar
Mas o banco não teve dó

Meu senhor meus parabéns
Seu gesto não é nada mal
Mas para comprar a casa
Você precisa de um aval
Para adquirir um imóvel
Não basta só dar o sinal

Foi no Banco da Maranhão
O gerente era o Arlindo
Teu pai citou vários nomes
Inclusive seu tio Dívio
Mas o cabra não aceitou
Deixando ele desiludido

Teu pai quebrou a cabeça
Pra achar um avalista
E no meio de tantos nomes
Tava alí o meu na lista
Dessa o Arlindo gostou
Minha reputação era bem quista

O problema é que Murilo
Direito não me conhecia
Mas uma boa cachacinha
Resolve qualquer burocracia
Assim ficamos amigos
E se cumpriu a profecia

Teu pai comprou a casa
E fez questão de me levar
Para conhecer a mãe
Que eu tanto ouvia ele falar
Chegamos às 6h da manhã
Depois de duas horas no bar

E assim fomos à Gruta
O Bairro da Dona Diva
Minha sobrinha vou te contar
Pois em mim tú acredita
Alguém igual a ela
Eu tô pra ver nessa vida

Ela chamava o meu nome
Quando comigo conversava
Tinha uma voz mansa
Que a todos encantava
E pra sair daquela casa
Muito difícil ficava

Infelizmente este ano
Dela, chegou a hora
E é isso minha sobrinha
Está aí mais uma história
Sua avó era uma santa
E está na minha memória

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O que é Cultura?




Foi naquela tarde quente
Eu andando pela rua
Um indivíduo me parou
E perguntou o que é cultura
E nessa hora, meu senhor
Começou minha procura

Meu camarada eu não sei
O que posso lhe dizer
Eu conheço esse nome
Mas explicar não vou saber
O que quer dizer essa danada
No dicionário há de ter



Fui atrás do dicionário
Até em livraria entrei
Confesso meio encabulado
O nome da loja nem sei
A vendedora abriu um sorriso
E foi aí que perguntei

Moça por favor me explique
Onde posso encontrar
A resposta pra pergunta
Que está no quengo a martelar
Eu tava andando pela rua
Veio um homem perguntar

Moço, o que é cultura?
E você veja meu vexame
Já ouvi por tantas vezes
O danado desse nome
Se cultura fosse comida
O homem ia morrer de fome

Não se preocupe senhor
Disse ela, delicada
Você veio no lugar certo
Olhe só aquela bancada
Abarrotada de livros
Vá lá e dê uma olhada

Tinha livro pra daná
Nome nada habitual
Drummond, suassuna, Lins do Rego
O conterrâneo João Cabral
Foi o dia todo lendo
Até da vista, passar mal

Fui embora meio tonto
Tonto porém feliz
Saí correndo da livraria
Até a rua da matriz
Procurei até à noite
E encontrei o infeliz

Sentado num banquinho, Avistei
Pelo meu cansaço o culpado
Com orgulho eu pensei
Agora eu pego esse danado
Vou dizer-lhe o que cultura
Ensinar pra esse coitado

Meu amigo eu não disse antes
Porque tava com muita pressa
Mas agora eu voltei pra dizer
que de cultura sei a beça
Ela ta numa livraria
Que fica naquela travessa

Mas o tal do camarada
Queria mesmo era me irritar
Respondeu-me mal criado
Que eu tenho muito o que estudar
Que cultura não era só livro
E que ele ia me ensinar

Saiu andando apressado
Eu de besta, fui atrás
Queria mesmo era só vê
Do que esse cabra era capaz
Quando menos esperei
Já estava atrás do cais

Por lá tinha uma festa
Gente tinha era de rodo
Lembrei da minha mulher
Hoje me bate com o rolo
Ele foi logo me empurrando
Para o meio daquele bolo

Lá na frente tinha um palco
Acho que era show de rock
Tinha gente de todo jeito
De suor, enchia um pote
Um povo tão eletrizado
Que se tocasse dava choque

Camarada me explique
O que está acontecendo?
Quer me fazer de besta?
Daqui vou sair correndo
Sou cidadão de respeito
Isso aí é coisa do demo

Foi aí que ele me disse
Que eu tava muito enganado
Aquilo ali era cultura
Como o samba, o coco e o congado
Pois até de maracatu
Me falou esse danado

Esses ritmos, disse ele
Estão no povo enraizado
Tem o frevo, o baião
Bumba meu boi e reisado
Lá no palco Chico Science
Um cantor muito arretado

Até mesmo de cinema
Ele veio me falar
E de tanto tipo de arte
Que nem consigo me lembrar
Tudo isso é cultura
Você pode acreditar

Falou de roupa, de comida
De costume e tradição
De linguagem, de lugares
Até de festa de São João
E eu fiquei impressionado
O homem era mesmo “bão”

Já era tarde da noite
E eu não tinha feito nada
Só falando de cultura
Do patrão vai vir paulada
Cultura não dá dinheiro
Mas eu gostei da desgraçada